Nosso caso DREYFUS e o grito dos perversos
- Eguinaldo Hélio de Souza
- 18 de mar.
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Provavelmente, você nunca ouviu falar do Caso Dreyfus. Vale a pena pesquisar. Porque estamos vivendo a mesma coisa neste país. Dreyfus foi condenado injustamente e enviado para a Ilha do Diabo. Um inocente condenado, humilhado, desonrado, separado de seus familiares e amigos. Chamado de traidor da pátria por uma imprensa e um público desumano e cruel. Até que vozes se levantaram.
Primeiramente, umas vozes solitárias. Um famoso escritor lança seu grito na primeira página de um jornal: “Eu acuso!”. E acusou mesmo. Acusou as autoridades de injustiça, de manipulação, de parcialidade, de covardia. Houve um rebuliço. Novo julgamento.
A verdade começou a aparecer. Nua, crua e devastadora. Autoridades tiraram sua própria vida por vergonha. Outros confessaram. De outros foi exigida a renúncia. A França se dividiu entre aqueles que eram contra e os que eram a favor de Dreyfus. Por fim, após seis anos, ele foi libertado do Ilha do Diabo e teve sua honra e direitos restituídos. A verdade triunfou e venceu.
Todos sabem que a acusação de golpe de 8 de janeiro é uma farsa. São centenas de Dreyfus em suas Ilhas do Diabo, amargando um sofrimento que não merecem. Autoridades injustas declarando sentenças injustas. Uma imprensa vergonhosa fazendo eco às injustiças, sendo cúmplices do crime de incriminar inocentes. Dreyfus vive e passa mal.
“Sem anistia” é o grito dos perversos. É o eco daqueles que há quase dois milênios gritaram “Crucifica-o!”. É mais do que o sintoma da doença. É a infecção purulenta que salta através da pele revelando a podridão interna.
Anistia já! Uma nação não pode sobreviver moralmente com tanto sangue inocente manchando suas mãos e sua história.
Toda esta discussão em torno da Anistia, a meu ver, é improcedente. Como anistiar alguém que ainda não foi julgado e condenado? E o pior, todo este processo de se emplacar uma narrativa de golpe, é por si só um acinte contra todo o ordenamento jurídico. Todo o Processo já de seu início é ilegal e repleto de vícios de origem. Vale lembrar que boa parte das gravações da invasão no Congresso, foram deletadas pelo então Ministro da Justiça (Flávio Dino), que hoje ocupa a cadeira no STF. Precisamos reivindicar não à anistia, mas sim o fim a todo este Processo ilegal orquestrado pelo próprio STF. Precisamos refutar a fabricação de provas e o explícito descumprimento da Lei dos Direitos…